Empoderamento, postura dos médicos e das mulheres

Minha queridíssima amiga Marcia Golz, escreveu esse texto sobre o Empoderamento, a postura dos médicos e das mulheres diante da atual realidade da obstetrícia no Brasil e me permitiu compartilhar aqui.

Falou pouco, mas falou tudo Márcia!

Eu acho que, infelizmente, as posturas enganosas de obstetras permanecerão na dianteira, a menos que a cada dia, uma mulher possa ser confrontada com informações e questionamentos adequados sobre gestação e parto.

Esse trabalho é lento, gradual, mas precisa ser feito e divulgado por toda mulher que descobre que "existe vida" fora da forma de ver dos médicos de convênio, das salas lindas abarrotadas e suas cesarianas marcadinhas de acordo com signo e ascendente.

De uma a outra, a informação passa e a idéia ganha força, ganha adeptos, ganha outras visões.

Muitas investidas, um dia se consegue reverter esse lamentável traço cultural.

Culturalmente somos acostumadas a não questionar as coisas como se deve, no máximo a esbravejar sentadas no verniz da questão, Quando aprofunda recuamos, em tudo. Não primamos por ser o país das discussões filosóficas (ainda), mas precisamos aprender a questionar, a buscar verdades, a ver por diferentes olhares... Quem nunca dise algo como: "Isso é um absurdo, eu vou na televisão, no sindicato, na casa do papa, na seja o que for?" (e nunca foi)

Precisamos aprender a assumir nossas idéias pensadas por nós e não engolidas de outras fontes, simplesmente, sem um filtro questionador.

Concordo com mulheres que já viraram esta página, quando uma delas fala que os médicos de conduta cesarista agem de forma vergonhosa e põe a mulherada na faca, mas elas, em massa, são condescendentes.

Isso tem que mudar, é preciso ganhar informação, empoderamento e fazer a voz dessas mulheres ser tão forte ou mais forte que a dos médicos.

O que cala todo mundo?? Desinformação. Não é o medo, ele só existe porque existe a desinformação massificada.

Vendem-se mais quartos lindos e bebês do que partos humanizados porque a sociedade aceita a idéia de que quartos são importantes, partos humanizados não. Quartos duram anos, "parto é tão rápido, né?? O que importa é o bebê nascer com saúde!"

Nããão, olha quantos preconceitos tem nisso! Inclusive o tal do nascer com saúde. Se nascer sem saúde, é menos bebê? Merece menos amor?

As pessoas repetem as coisas como papagaios sem refletir sobre o que significam as palavras.

Como esperar que não sejam pacíficas na aceitação de bacias deproporcionais, cordões maléficos e úteros assassinos?

E todas nós, me incluo, um dia foram tão papagaios quanto, até que algo as despertou para não ser mais.

Umas por ter a sorte de serem bem orientadas desde o berço (raríssimas), outras por tomarem "troncudos sopapos" da vida nas mais variadas formas, inclusive cesarianas desnecessárias descaradas que elas não queriam. Cortões indesejados nas camadas internas podem mover algumas montanhas.

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