Minha gravidez no Japão

Esse é um resumo da minha gestação até aqui, com os principais pontos, consultas e exames que fiz durante as 37 semanas.

Vou falar por tópicos e citar alguns textos que tem base naquilo que vou falar, para não me alongar muito.

- Minha ultima menstruação foi em 05 de maio de 2010, porém como ela estava bastante irregular porque eu estava amamentando, eu contei que ela tinha sido no dia 20 de maio, para não causar problema com os médicos e assim ficou a DPP para 28 de fevereiro de 2010. Conforme o primeiro ultrassom que fiz com 12 semanas está batendo certinho. ;)

- Na primeira consulta (eu estava com quase 3 meses de gestação) o médico me disse que o "meu caso" era de cesárea eletiva porque tinha o risco de ruptura uterina devido as cesareas prévias e por ser minha quinta gravidez o risco aumentava potencialmente. Quando questionei sobre as chances de ruptura ele falou em 0,5% e mais um pouco, porém o pouco não dava para saber o quanto era. Eu aleguei que o risco da cesarea é de 2% e que eu não faria uma cesarea sem necessidade, apenas se na hora P houvesse realmente um risco. O médico não gostou muito, falou que eu podia morrer e o bebê também, quis conversar com meu marido e eu disse que tudo bem, e meu marido só me apoiou. =)

- Na mesma semana entrei em contato com a parteira que me ajudou com descolamento de membranas no parto anterior e que mora há 80km da minha cidade, mas ela não poderia me atender com 2 cesareas prévias por causa da lei para parteiras aqui no Japão, e me recomendou a seu amigo, que é chefe da obstetricia no hospital em que comecei o pré-natal, para acompanhar meu caso de perto.

- Com quatro meses de gestação fui a primeira com o médico amigo da parteira. Conversamos pouco porque eu não entendia bem o japonês e ele não entendia bem o inglês, mas pelo menos ele teve abertura em me receber e disse que estava disposto a me ajudar a conseguir meu parto normal no hospital, com todos os monitoramentos possíveis e intervenções necessárias e que eu tirasse a idéia louca de parto desassistido da cabeça. Respeitou meu desejo em não fazer ultrassonografia e disse que poderia fazer meu plano de parto conforme minhas vontades e encaminhar para o hospital que ele verificaria o que seria possível.

- Com cinco meses de gestação fiz os exames de sangue completo, proteina na urina, peso e pressão arterial (estes 3 ultimos são feitos em todas as consultas) e estava tudo ok. Mais uma vez conversei com o médico (que me pediu para levar um tradutor na próxima vez...) e aproveitei para deixar meu plano de parto em inglês para ser traduzido pelo tradutor do hospital para a próxima consulta.

- No sexto mês fui com um amigo japonês (que fala português) e com a parteira da cidade vizinha para a consulta, para falarmos sobre as questões gerais do parto. Eles vieram para me apoiar com o parto natural e com as questões de intervenções que eu não desejava, porém o médico não pode me atender nesse dia e conversamos apenas com a parteira responsável. Ela disse que a maior parte do plano de parto era aceitável, apenas a internação que talvez fosse necessário pelo menos 48 horas após o parto para receber alta. Se fosse cesarea necessária, não poderia ser humanizada. Monitoramento intermitente também seria necessário e também deixar uma veia "pega" para o caso de uma emergência. Entre outras coisas que eu não gostaria de abrir mão, principalmente em relação as intervenções com o bebê.

- No sétimo mês conheci outra parteira que faz parte de uma das equipes do hospital (e que fala inglês - thanks God!) e pude falar de todas as minhas expectativas, meus medos, minhas angustias, minhas vontades. Enfim, ela me acolheu muito bem e demonstrou compreender bem meus sentimentos. Eu disse a ela que agradecia muito o apoio que estavam me dando mas que acreditava que o parto em casa era a melhor opção para mim, que era difícil acreditar num bom parto em hospital pelas coisas que passei anteriormente, porque sei que existem protocolos e que eu não estaria confortável com eles. Conversamos com o médico que entendeu o que expus e disse que estava disposto a me ajudar até onde ele acreditasse ser o melhor e pude sair mais feliz dessa consulta.

- Do sétimo mês em diante as consultas passam a ser quinzenais, a partir das 37 semanas, semanais e depois das 40 semanas de 2 em 2 dias. Eu sinceramente não gostei muito da idéia, mas... =/

- Com 35 semanas refiz os exames de sangue, fiz o exame de streptococcus, eletrocardiograma e RX do toráx, (porque no caso de uma cirurgia de emergência o médico queria saber se estava tudo bem com minha saúde) e fiz um ultrassom para conferir o tamanho do bebê, estado de saúde, posição cefálica e todos os parametros ok.

- Com 37 semanas recebi o resultado do Strepto: positivo. =(
Disse ao médico que faria tratamento com alho e que repetiríamos o exame em uma semana. Ele riu da minha cara mas concordou. Pediu para fazer um exame extra de eco-grafia das veias das pernas porque deu alteração no ultimo exame de sangue e que haveria chances de ter uma embolia pulmonar no parto e lá fui eu fazer o exame que deu negativo.
Conversei com a parteira e com o médico e disse que se o bebê nascer num trabalho de parto rápido, sem intercorrências, eu não vou para o hospital. Só vou se sentir algo diferente, bolsa rota por muitas horas, mecônio ou outra coisa fora do comum. O médico me entendeu, embora não concorde comigo, e só me pediu para quando o TP começar eu ligar para o hospital e avisar para que eles possam preparar tudo para uma possível transferência de emergência.

Estou em paz, feliz e tranquila!

Eu estou fazendo que está ao meu alcance para ter outra experiência de parto renovadora em minha vida. E você? Como está com o empoderamento e a preparação para seu parto?

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